Pesquisar este blog

terça-feira, 1 de junho de 2010

Educação a Distância no Brasil

A educação a distância tem crescido acima de 100% nos últimos anos no Brasil. A afirmação é do diretor executivo do Programa de Educação a Distância da Fundação Getúlio Vargas (FGV Online), professor Carlos Longo.

Segundo ele, em termos de instituições credenciadas junto ao Ministério da Educação (MEC), o ensino a distância triplicou de tamanho de 2004 para 2005 e tem tendência de dobrar de novo em 2006. "Em termos de número de alunos, em cursos credenciados pelo MEC, já vai chegando a mais de 300 mil", afirmou Longo.

Ele destacou, entretanto, que, apesar dos avanços no setor, o país ainda apresenta deficiências em comparação com outros países, incluindo países em desenvolvimento, como a Costa Rica, por exemplo. Na Costa Rica, 80% dos lares têm internet com banda larga, enquanto no Brasil o índice é inferior a 20%.

De acordo com o professor, o fato de a sociedade brasileira aceitar o novo com facilidade é uma vantagem em relação a países da Europa, América do Norte e da América Central. Ele ressaltou que, embora tenha limitações de infra-estrutura, hoje, o ensino a distância atende no Brasil a Amazônia, o Norte e o Nordeste. "É um país de dimensões continentais que acaba incluindo um grande número de pessoas. Em termos de qualidade e de número de pessoas absolutas, ele tem se inserido no contexto internacional de uma maneira bastante significativa", afirmou.

Pelo segunda vez, o FGV Online recebeu o prêmio de Referência Nacional em e-Learning, concedido pelo e-Learning Brasil. O prêmio será entregue durante o congresso anual da entidade, que começa amanhã (28) e vai até sexta-feira (30), em São Paulo.

Longo disse que a FGV trabalha com ensino a distância há seis anos. "A Fundação é uma instituição de ensino e pesquisa que se caracteriza pelo binômio tradição com inovação", afirmou. Como a entidade foi pioneira no Brasil em todas as áreas do ensino de administração, economia e direito nos últimos 60 anos, acrescentou o professor, não podia ficar atrás no uso da tecnologia na educação. Por isso, começou a trabalhar na linha de ensino a distância de internet e satélite, em nível de pós-graduação, ou educação executiva, também conhecida como educação continuada.

De acordo com dados da assessoria de imprensa do FGV Online, atualmente mais de sete mil alunos estão matriculados nos cursos de ensino superior da instituição. No ano passado, as inscrições passaram de 18 mil.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Noções de Educação a Distancia

Experiência em educação

http://www.nead.ufpr.br
______________________________________________________________________
EXPERIÊNCIAS EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL
Onilza Borges Martins
RESUMO
Selecionou-se para o presente estudo algumas reflexões e experiências sobre educação e
educação a distância no Brasil durante as duas últimas décadas do século passado e o
início desse século. Com base nas experiências realizadas na modalidade de EAD e a
partir da expansão das novas tecnologias de comunicação e informação foram criadas as
universidades virtuais do Brasil para atender a demanda dos alunos por uma nova forma
de aprender. As redes de cooperação surgem como um novo patamar para as relações
entre as instituições de ensino e a sociedade.
Palavras-chave: educação a distância - novas tecnologias - formação em EAD -
universidades virtuais
O objetivo deste trabalho é refletir sobre algumas experiências de EAD realizadas em
nosso país e caracterizar os desafios atuais da sociedade, que exigem qualificações cada
vez mais elevadas, ampliando assim as necessidades educacionais da população.
Neste sentido, farei uma análise parcial de alguns elementos que definem a educação a
distância, sua permanência através do tempo bem como suas modificações atuais. Em
seguida serão abordadas algumas experiências que selecionei por ter considerado as
mesmas relevantes em nível nacional nas duas últimas décadas do século passado.
Ao iniciar minha proposta de reflexão sobre a educação a distância gostaria de
esclarecer que toda a minha fala tem como suporte as experiências que participei como
pesquisadora e docente do sistema presencial de ensino e na modalidade de EAD desde
1985. Tudo o que aprendi e venho aprendendo na prática em nível nacional com meus
colegas e alunos no campo de EAD, foi no convívio da Universidade Federal do Paraná,
Universidade Federal de Mato Grosso, Universidade Federal de Belém, e como
estagiária de Pós-Doutorado nas Universidades Autônoma de Barcelona e Universidade
Nacional de Educação a Distância em Madrid durante 16 meses nos anos de 1985,
1989, 1992, 1997, 1999 e 2000.
Minhas preocupações com a educação sempre foram idênticas: seja ela presencial, semipresencial
ou à distância uma vez que é unicamente por meio da educação que o
indivíduo terá condições, de compreender e de situar-se na sociedade como cidadão
responsável.
Durante a década de 80 afloraram várias concepções de educação com base na relação
Educação x Sociedade. Mas o que acontecia com a Educação na Escola? Os fatos, suas
relações e os objetivos eram articulados com a organização social fora da escola.
Vários autores se posicionaram acerca dessas relações e de concepções de educação.
Enfocou-se o tipo de sociedade que se desejava, os meios existentes e foi realizada uma
http://www.nead.ufpr.br
______________________________________________________________________
análise da conjuntura, e de como se daria a construção dessa sociedade.
Tentando retirar as dimensões que orientaram o debate, foram selecionados quatro
elementos para se exercitar politicamente:
1. existência de um próprio projeto histórico: tendências e existência de um só projeto;
2. dimensão da unidade e da estratégia metodológica dentro da concepção: análise da
fragmentação e da unidade teoria x prática;
3. o embate entre o conteúdo (ponto de referência da ação educativa) e o trabalho como
princípio educativo. Esse fato dividiu bastante as concepções;
4. enfatizou-se em contraposição ao conteúdo, a auto-organização do aluno e o
individualismo (papel do aluno: inspetor ou partícipe do trabalho pedagógico).
Além desta concepção de educação havia a questão do Currículo da Escola Básica
centrado só nos aspectos cognitivos, deixando de lado os aspectos emocionais e
valorativos. Estes debates trouxeram à tona outras questões, tais como:
1. insuficiência dos currículos (escola verbalista);
2. permissividade para a reedição do confronto de idéias no campo educativo: o que é
educar? O que é ensinar?
Se não nos entendermos sobre o significado do que é educar vai ser difícil avançar. O
campo das habilidades é diferente do campo da valoração e do campo da emoção.
Uma concepção clara sobre Educação é fundamental, já que a mesma tem papel crucial
na chamada sociedade tecnológica.
A aplicação das novas tecnologias de informação e comunicação, nos últimos vinte anos
trouxe consigo o aumento das expectativas no cenário da educação, quanto ao uso
dessas ferramentas e à exigência de profissionais competentes para selecionar e adequar
as mesmas aos projetos pedagógicos das diversas áreas do saber.
Nesse cenário mutante é possível observar a ruptura de dois tipos de tradições, ao nos
referirmos aos sistemas educativos e à profissão docente. Por um lado rompe-se com a
idéia de que toda a transmissão do saber se daria, predominantemente, por meio da
oralidade e da escrita; isto supõe gerar processos de renovação metodológica em
consonância com as linguagens que atualmente começam a ser utilizadas. A produção e
a socialização do conhecimento requerem novas formas e suportes nos quais seja
possível o uso de diferentes linguagens e códigos que, já há algum tempo, são utilizados
por outros agentes de informação e socialização que não a escola.
http://www.nead.ufpr.br
______________________________________________________________________
Por outro lado, a idéia do professor como "depositário do saber" (ainda que isso pudesse
ser mais ou menos admitido) é outra tradição que se rompe no momento.
A consciência de que existe uma ruptura singular na forma de se produzir o
conhecimento e que não existe mais alguém que possa deter, em si mesmo, o
conhecimento produzido são fatores que determinam o resignificar das práticas
educativas instituídas (ALONSO, 2001).
Nessa ruptura podemos situar as transformações por que passa a profissão docente.
Entre as tecnologias de informação e comunicação destacam-se os computadores e a
TV, sendo que os primeiros possuem capacidade para processar a voz humana em
tempo real e sintetizam o discurso humano, de forma que sujeitos e objetos, autores e
destinatários, nesse contexto, percam sua identidade para integrar-se às redes de
produção e de informação. Conforme LEVY (1998, p. 32) aprender, ensinar e informarse,
conceber, ler, escrever e comunicar exige linguagens híbridas, que combinam
aspectos naturais de sintaxe rígida com uma flexibilidade muito superior aos códigos
informáticos habituais.
As demandas da sociedade contemporânea exigem uma formação que articule com
organicidade a competência científica e técnica, sem perder a identidade e a postura
ética.
No âmbito das perplexidades ocupa lugar de destaque o papel da informação e da
comunicação, cujas capacidades para interpretar e decodificar os novos conhecimentos
das diferentes áreas do saber, estão diretamente articuladas à educação.
Novas tecnologias devem ser compreendidas como elementos mediadores para a
construção de uma nova representação da sociedade.
Ao projetar novas fronteiras para a vida moderna, o desenvolvimento científico e
tecnológico sinalizou novas demandas e necessidades que estão sendo incorporadas de
modo acelerado pela produção nas estruturas produtivas e de consumo da sociedade
atual.
A ampliação do acesso educação gera novas relações nas formas de trabalho e o
desaparecimento progressivo do padrão em que uma pessoa permanece em toda sua
vida em uma só profissão e uma só Instituição.
Estas mudanças que se anunciam na organização do trabalho e da educação e nas
formas de convivência social precisam ser sentidas e compreendidas pelas pessoas
envolvidas no ensino.
O eixo do argumento é de que a disponibilidade de uma força de trabalho educada é
condição necessária para viabilizar estratégias produtivas centradas na capacidade de
aprendizado dos alunos.
http://www.nead.ufpr.br
______________________________________________________________________
A educação a distância aparece no final do século passado com todo vigor como
modalidade que revisa seus princípios fundamentais, renova seus paradigmas
pedagógicos, incorpora a tecnologia no sentido instrumental criando espaços para o
aprofundamento conceitual sobre a temática, por entender que este é um campo
extremamente complexo.
O novo milênio será testemunha de um desenvolvimento massivo de educação aberta e
à distância em escala global.
Torna-se clara a caracterização, a EAD como uma forma de educação que utiliza as
diferentes mediações do processo de comunicação, entre tutor e aluno, permitindo
relações interpessoais de qualidade, ainda que virtuais, num tempo pedagógico
necessário e adequado a cada estudante, mediante a flexibilidade que interpenetra todo o
processo de aprendizagem diferencial do estudante.
Tratar da educação a distância, não é tratar de algo isolado da educação em geral.
Segundo NEDER (1999), "a estrutura da EAD modifica o esquema de referência
associado à presença do professor e do estudante uma vez que decompõe o ato
pedagógico em dois momentos e dois lugares: o ensino é mediatizado, a aprendizagem
resulta do trabalho do estudante, a reação do aluno face ao conteúdo vem indiretamente
ao docente, através dos tutores e a interação em sala de aula é em grande parte
reduzida".
A ênfase na necessidade de políticas públicas educacionais que busquem a
universalização do ensino básico a elevação de sua qualidade visando a formação de
cidadãos competentes, colocou a questão da formação de professores como política
primordial, em nível mundial.
Associada a idéia da necessidade do resgate da profissão docente, o que se pode
observar é um conjunto de mudanças estruturais que direta ou indiretamente implicam
em novos papéis profissionais para o professor.
Complementar, de forma emergente, a assistência regular do professor na aula
presencial por uma nova proposta de Educação a Distância, pressupõe que determinadas
condições sejam asseguradas, tais como: seleção rigorosa dos conteúdos fundamentais;
tratamento didático-pedagógico dos materiais a serem utilizados nas diferentes
linguagens; recursos diversificados de comunicação escrita e virtual e, sobretudo,
acompanhamento, orientação e reorientação continuada por parte dos tutores com
formação qualificada.
Pela primeira vez, e de forma explícita e inquestionável, a EAD consegue, com a Lei
9.394, de dezembro de 1996, o status de modalidade plenamente integrada ao sistema de
ensino.
Coerente com estas novas orientações, o MEC tomou a iniciativa de baixar os decretos
de nº 2.494, de 10 de fevereiro de 1998 e a Portaria 301, 7 de abril do mesmo ano e o de
nº 2.561 de 27 de abril de 1998. Por sua vez o Conselho Nacional de Educação,
http://www.nead.ufpr.br
______________________________________________________________________
estabeleceu normas para o funcionamento de cursos de pós-graduação na Resolução nº
1 de 7 de abril de 2001.
Esses dispositivos colocam em evidência algumas questões básicas sobre EAD. São
elas: os sistemas estaduais e municipais podem legislar sobre o ensino fundamental e
médio a distância, incluindo-se a educação de jovens e adultos e a educação profissional
de nível técnico.
O que se pode inferir é que o papel do professor como produtor de conhecimentos,
mediador em diversos ambientes de ensino-aprendizagem especialmente o virtual, é tão
importante quanto complexo uma vez que além de detentor dos conteúdos e da
metodologia é o principal responsável pela motivação diferenciada dos estudantes
dispersos geograficamente.
Antes de registrar as experiências que marcaram os primórdios da Internet em EAD
com aproveitamento pleno das possibilidades do hipertexto e multimídia merece
destaque o projeto pioneiro da UFMT intitulado: Licenciatura em Educação Básica, 1ª à
4ª série a distância, oferecido pelo Núcleo de Educação Aberta e a Distância dessa
Universidade.
O projeto de Licenciatura em Educação Básica 1ª à 4ª série - através da modalidade de
educação a distância, faz parte do Programa Interinstitucional de qualificação Docente
em Mato Grosso, que envolve a Secretaria de Estado de Educação (SEDUC), secretarias
municipais de Educação, a Universidade Estadual de Mato Grosso e a Universidade
Federal de Mato Grosso (UFMT).
Segundo Maria Lúcia C. NEDER (2000, p. 183), o programa foi pensado e elaborado a
partir de práticas de formação esse curso tem como suporte princípios epistemológicos e
metodológicos, a saber: historicidade, construção e diversidade assumidas pela proposta
visando assegurar uma construção integradora do conhecimento. O programa destaca
ainda: a profissionalização do Magistério; a Organização do sistema único de ensino; o
fortalecimento da escola e a proposta de avaliação do sistema educacional do estado,
considerando assim as diretrizes políticas nacionais discutidas nos seminários e
encontros da década de 90.
Esse programa, como um processo em construção, tem como meta profissionalizar, até
o ano 2011, todos os professores dos sistemas estadual e municipal de educação no
Estado. Seus objetivos apontam para perspectivas de continuidade e de abrangência e
contemplam a qualificação acadêmica, o plano de carreira a política de remuneração.
Após cinco anos de experiência, o NEAD está expandindo, a partir do 2000, o curso
para outras regiões do Estado de Mato Grosso, com o oferecimento de mais 3500 vagas,
sendo 2700 sob sua responsabilidade direta e 800 sob a responsabilidade da
Universidade do estado de Mato Grosso - UNEMAT, com a assessoria da UFMT.
Durante os últimos quatro anos foi criada a rede informacional, que lhe possibilita
maior dinamismo em suas ações.
Na UFPR o entendimento é de que uma das características mais importantes da EAD é
sua trajetória: ela flexibiliza metodologias; adota novos espaços geográficos,
http://www.nead.ufpr.br
______________________________________________________________________
imaginários e simbólicos, nos quais os alunos encontram segurança, consistência teórica
e qualidade no processo de aprendizagem a fim de assumir sua cidadania como
profissionais.
Criado pela Resolução 02/99 do COUN, o Núcleo de Educação a Distancia da UFPR
obteve o credenciamento do MEC. A finalidade é assegurar uma atuação profissional
em EAD, mediante um novo perfil docente que vem considerando as complexas
exigências dessa modalidade de educação, tais como: saber lidar com os ritmos
individuais diferentes dos alunos; apropriar-se das novas técnicas de elaboração do
material didático e da mídia eletrônica; desenvolver habilidades de investigação e
avaliação da aprendizagem; buscar um referencial teórico consistente, adotando novos
esquemas mentais para ensinar e aprender. Congrega uma equipe de docentes
multidisciplinar e representativa das diversas áreas de conhecimento, provenientes dos
diversos Setores/Departamentos e Cursos desta Universidade.
Desde 1999 após a elaboração e aprovação do primeiro projeto de pós-graduação o
NEAD já ofertou nove cursos de aperfeiçoamento, com 266 alunos concluintes e 89
alunos em processos; seis cursos de especialização, com 180 alunos concluintes e 70
alunos em processo e cinco Cursos de Educação Continuada. Posteriormente elaborou o
projeto do Curso de Graduação em Pedagogia, Séries Iniciais do Ensino Fundamental
na Modalidade de Educação a Distância. Atualmente estão matriculados 600 alunos e já
efetuou dois processos seletivos para os referidos Cursos de Pedagogia.
Durante este percurso foram implantados cinco Centros Associados, levando a filosofia
e as políticas pedagógicas para o interior dos Estados do Paraná, Rio Grande do Sul e
Goiás. Atualmente a UFPR ocupa a Vice-Presidência e a coordenação pedagógica do
Consórcio de 62 Universidades Federais na UniRede, desenvolvendo e implementando
o primeiro curso produzido totalmente "on line" em parceria com as IFES.
Uma referência fundamental que constitui o ponto de partida dos diferentes projetos em
execução foi a iniciativa da direção e da equipe responsável pelo núcleo de promover
seminários e cursos de especialização e aperfeiçoamento em EAD para o corpo docente
da UFPR bem como para os docentes das instituições públicas e privadas do Estado do
Paraná e em nível nacional. Sem perder de vista os indicadores de qualidade propostos
pela SED/MEC, o programa pautou-se no desenho de múltiplas combinações de
linguagens e recursos educacionais e tecnológicos estabelecidos com clareza em suas
bases filosófica, pedagógica e tecnológica visando assegurar o padrão de qualidade dos
cursos.
O Projeto Cooperativo Institucional UFPR/UFU/O.E.E. de infra-estrutura Física de
Computação, Comunicação e Informação é um projeto de pesquisa, desenvolvimento e
aplicação de um ambiente de gestão e colaboração gratuito e de código aberto para
utilização pelas Universidades participantes do consórcio em rede da Universidade
Virtual Pública do Brasil - UniRede, do qual participam 62 instituições públicas de
ensino superior.
Este projeto está a sob a responsabilidade dos Professores Doutores Sergio Scheer, da
Universidade Federal do Paraná/UFPR e João Cândido Dovichi, da Universidade
Federal de Uberlândia/UFU, coordenadores da produção tecnológica e da oferta on-line
do Curso UniRede de Formação em Educação a Distância. A Profª Drª Ymiracy
http://www.nead.ufpr.br
______________________________________________________________________
Nascimento de Souza Polak, coordenadora do Núcleo de Educação a Distância da
UFPR - NEAD detém a coordenação do Curso UniRede de Formação em EAD e do
presente projeto.
Além de dar suporte ao controle acadêmico e administrativo do Curso UniRede de
Formação em EAD, o Projeto poderá garantir a interação entre professor e aluno neste e
em outros cursos de EAD, oferecendo ainda subsídios à pesquisa em educação mediada
por computadores.
O Projeto Cooperativo Institucional UFPR/UFU de Infra-estrutura Física de
Computação, Comunicação e Informação apresenta duas vertentes metodológicas: uma
voltada ao aspecto tecnológico da geração e administração de cursos online e outra
voltada para o desenvolvimento do projeto pedagógico e conseqüente análise da nova
cultura de aprender mediada pela Internet.
Os desafios são imensos e o sucesso desses novos ambientes e serviços está na
valorização das potencialidades dos professores como especialistas, mediadores,
motivadores e inventores de artifícios que possibilitem a aprendizagem dos alunos.
Sobre esses desafios recentes que se intitulam - redes de cooperação - um fato merece
destaque no âmbito das experiências nacionais em EAD: a criação de universidades
virtuais no Brasil, na forma de consórcios de cooperação universitárias, integrados por
Internet e redes de videoconferência. É um novo marco, uma ruptura na história da
educação a distância brasileira. A presença de novas competências em educação on-line,
além de impulsionar a modernização metodológica e tecnológica de institutos e
empresas dedicadas à educação a distância, possibilita a transformação do ensino
presencial pela virtualização dos serviços de administração e acadêmicos.
Esse novo patamar para as relações entre instituições de ensino e a sociedade está
representado pelo conceito de Universidade Virtual.
Os fatores responsáveis por essa mudança são os seguintes:
· a demanda dos alunos por uma nova forma de aprender, trazendo já como hábito o
aprendizado pela descoberta, com o uso de sistemas multimídias interativos. Os
docentes passam a trabalhar como autores das estratégias de aprendizagem;
· a virtualização dos serviços administrativos e acadêmicos oferecidos pelas
universidades; uso intensivo de redes de comunicação e de tecnologias da informação,
permitindo aos docentes e aos alunos o acesso a murais de informação, bancos de
dados, formação de comunidades de aprendizagem etc.;
· a demanda crescente por educação continuada, para atualizar os profissionais de nível
superior em conhecimentos e habilidades;
· o aumento da concorrência entre as universidades, provocado pelas ofertas continuas
de cursos presenciais, em algumas áreas, levando a uma busca pela diferenciação de
produto e modalidade de atendimento entre as instituições;
http://www.nead.ufpr.br
______________________________________________________________________
· a necessidade de ampliar as fronteiras físicas dos prédios e salas de aula tradicionais,
rompendo os limites geográficos do bairro, estado e país;
· o fortalecimento de parcerias interinstitucionais para a capacitação de recursos
humanos especializados, transferência de tecnologias, cooperação científica e formação
de equipes de investigação.
O novo fenômeno que surgiu na educação de nosso país voltado para o ensino superior
pode ser considerado como uma quarta geração metodológica e tecnológica e ocupa o
primeiro plano em relação à criação das redes de pesquisa e produção de cursos à
distância.
Surgem assim três grandes redes:Universidade Virtual Brasileira, constituída por um
pool de dez instituições privadas e comunitárias cobrindo todas as regiões do país; a
Univir voltada para o treinamento corporativo, e a UniRede, rede de universidades
públicas brasileiras.
O fator de inovação dessas redes, além do consorciamento institucional, é o de que o
cenário tecnológico permite agora a integração virtual entre as instituições, e não se faz
necessário criar uma estrutura para sediar os conteudistas, tutores, equipes técnicas e
equipamentos.
O novo modelo, atua descentralizado, e nele cada instituição agrega suas competências
acadêmicas e tecnológicas para formar universidades virtuais. O cenário é
extremamente promissor.
A UniRede
Universidade Virtual Pública do Brasil
www.unirede.br
A intenção da UniRede é investigar a natureza da concepção e dos processos de
aprendizagem bem como difundir criticamente os processos metodológicos de EAD em
busca de práticas colaborativas e cooperativas com a utilização de sistemas de
comunicação.
Lançada em 23 de agosto de 2000, a UniRede é um consórcio que reúne 62 instituições
públicas de ensino superior, com o objetivo de democratizar o acesso à educação de
qualidade pela oferta de cursos a distância nos níveis de graduação, pós-graduação,
extensão e educação continuada.
A UniRede conta com apoio do Mec, do MCT e da Finep para inaugurar uma nova
etapa na educação brasileira. As instituições consorciadas já contam com experiências
na oferta de cursos a distância - e administrada por um comitê gestor. A UniRede ocupa
um lugar estratégico no desenvolvimento da educação brasileira, não pelo suporte físico
ma pelas atividades e serviços de valor adicionados ao processo de formação.
http://www.nead.ufpr.br
______________________________________________________________________
Inicialmente, a UniRede tem oferecido cursos que formam profissionais para trabalhar
com o uso de tecnologias aplicadas ao ensino, como o curso de "Formação em
Educação a Distância" e o "Tv na escola e os desafios de hoje".
Durante este ano de 2001, a UniRede está planejando a produção e a execução dos
primeiros cursos de licenciatura.
No segundo semestre de 2000 a Unirede, colocou no ar um portal de serviços
acadêmicos para alunos a distância e para apoio aos alunos do ensino superior semipresencial.
Pelo portal os alunos têm acesso a bancos de dados já sistematizados com a
indicação de bibliotecas virtuais, catálogos de pesquisadores, jornais e revistas
científicas, ferramentas de tradução, entrevistas sobre tecnologia e educação, bancos de
teses, percursos para programas gratuitos e notícias sobre as universidades que integram
a Unirede.
Cursos Oferecidos
· TV na escola e os desafios de hoje
Cerca de 34 mil professores de escolas públicas de Ensino Médio e Fundamental de
todo o Brasil foram matriculados no curso "Tv na escola e os desafios de hoje",
promovido pela Secretaria de Educação a Distância (Seed/MEC) em parceria com a
UniRede. O curso foi coordenado pela Universidade de Brasília e desenvolvido em
conjunto com outras 25 universidades públicas do país. A procura pelo curso de
extensão foi tão grande que outras turmas já estão matriculadas em 2001, com um total
aproximado de 50.0000 alunos.
A meta será contemplar, nos próximos anos, os 254 mil profissionais de ensino que
efetuaram a pré-matrícula, mas que não fizeram parte dessa primeira versão do curso.
Os alunos poderão confirmar sua matrícula no site do Seed/MEC.
· Formação em Educação a Distância
A Educação a Distância (EAD) é uma opção de resposta às exigências sociais e
pedagógicas de ensino, ou seja, o atendimento emergencial da demanda reprimida de
professores da educação básica, que necessitam de formação por exigência da LDB.
Tendo em vista o alcance destas metas, a Unirede, com apoio do Ministério da
Educação, por intermédio de sua Secretaria de Educação a Distância (MEC/Seed), e sob
coordenação geral da Universidade Federal do Paraná, implementou um curso para a
formação dos quadros docentes e técnicos em EAD oriundos das instituições de Ensino
Superior, com a colaboração de dez universidades públicas em nível nacional. O curso
envolve cinco módulos teóricos e um módulo intitulado Laboratórios de Produção em
EAD contendo cinco oficinas. O que se espera após a realização do curso e das oficinas
de produção é que os estudantes passam explorar melhor os recursos disponíveis,
inserindo as tecnologias na sala de aula construindo parcerias com os seus colegas e a
comunidade aperfeiçoando sempre mais a sua ação docente.
http://www.nead.ufpr.br
______________________________________________________________________
· Constituições Brasileiras
Produzido em seis módulos impressos com acompanhamento pela Internet, o curso foi
aberto à população em geral e foi desenvolvido em forma de estudos complementares
que abrangem as Constituições Brasileiras de 1824 a 1988.
Ubv.br
Universidade Virtual Brasileira
www.unb.br
A Universidade Virtual Brasileira é o resultado da associação entre 10 universidades e
centros universitários que se uniram para criar a Rede Brasileira de Educação a
Distância. O compromisso de pesquisa da Uvb.br é o de atuar para modificar
paradigmas educacionais pela implementação de teorias pedagógicas e de
aprendizagem, em busca de práticas colaborativas e cooperativas com o uso de sistemas
de comunicação e de informação.
Fazem parte da Univir, onze instituições de ensino superior em nível nacional.
Criada formalmente em junho de 2000, como uma instituição de ensino superior a
distância, a Uvb.br lançou em 24 de agosto o seu primeiro curso: preparação de
professores Autores e Tutores para Educação a Distância, com 167 alunos em todas as
regiões do país.
CIDADE DO CONHECIMENTO
Por sua vez a USP pretende derrubar seus muros. Pelo menos virtualmente está sendo
considerada o maior centro de pesquisa acadêmica da América Latina.
A Cidade do Conhecimento, projeto do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP,
será a maior comunidade de conhecimento do país.
Por meio de um software on-line, alunos de todas as idades - da USP e de escolas
públicas e privadas -, professores, profissionais do setor privado e de ONGs irão
interagir, trocando experiências e construindo conhecimento.
A rede é, na prática, o que propõe o filósofo contemporâneo e professor da Faculdade
de Paris VIII, Pierre Lévy: o conceito de inteligência coletiva. Segundo ele, na
sociedade da informação em que vivemos, em que o jornal, os outdoors e a TV são parte
intrínseca da vida dos cidadãos, a construção do conhecimento ocorre coletivamente em
todos os espaços. A sala de aula deixou de ser o único local de aprendizagem.
O projeto pretende diluir a linha que separa o mundo do trabalho do mundo estudo e
http://www.nead.ufpr.br
______________________________________________________________________
integrar as disciplinas do ensino médio, define Gilson Schwartz, economista e
coordenador da Cidade do Conhecimento.
A intenção da rede é causar um impacto estrutural na maior universidade brasileira. O
objetivo é democratizar o conhecimento de dentro da universidade e torná-la mais
próxima do cidadão que vive fora da Cidade Universitária.
Um aluno de arquitetura, por exemplo, poderá procurar referências bibliográficas entre
os professores da rede ou então discutir algum com um profissional que já esteja no
mercado.
Segundo SCHWARTZ (2001, p.20), a Cidade do Conhecimento oferece também uma
importante oportunidade para avaliar as potencialidades econômicas e políticas da
internet. Pela primeira vez a tecnologia vai deixar de ser a vilã responsável pela falta de
empregos.
Presente em oito países (Brasil, México, Itália, Inglaterra, Irlanda, Austrália, Cingapura
e Estados Unidos), o E-voluntários incentiva os funcionários da IBM a dedicar um
tempo para a conversa com estudantes sobre os assuntos mais variados.
Segundo Patrícia MENEZES (2001, p. 21), gerente de relações comunitárias da IBM
Brasil, a demanda interna da empresa, a princípio nos Estados Unidos, deu origem ao
programa. No Brasil, por intermédio de uma pesquisa, percebeu-se que o voluntário não
deseja trabalhar só com crianças, mas com o público de todas as idades.
Os impactos da Cidade do Conhecimento não devem acontecer só nas estruturas
educacionais ou em hierarquias de grandes empresas. O acesso a um novo mundo deve
despertar o interesse, mover a curiosidade e estimular o estudo das crianças e jovens das
instituições envolvidas.
A Cidade do Conhecimento não é constituída somente pela rede virtual. Atividades
presenciais são peças fundamentais para a integração dos participantes e a garantia da
contínua troca de informações. Em maio, teve início um ciclo de seminários de extensão
universitária para professores de ensino fundamental e médio. Trata-se do Educar na
Sociedade do Conhecimento, que enfocou temas como leitura na sociedade do
conhecimento, mídia na escola e tecnologia na educação.
No segundo semestre, outro curso será aberto para executivos e profissionais de
instituições do terceiro setor abordando questões relativas à nova economia como
inteligência competitiva, gestão de conhecimento e economia da informação.
O que a USP está propondo na construção coletiva do conhecimento é a universidade
colaborativa. A ambição e o tamanho da rede farão, brevemente, com que a Cidade do
Conhecimento não caiba no âmbito de uma cidade ou mesmo de um país.
http://www.nead.ufpr.br
______________________________________________________________________
Projeto Nave
O Projeto NAVE é outra experiência realizada na PUC de São Paulo, que enfoca a
formação de professores em ambientes virtuais e colaborativos de aprendizagem.
Foi coordenado pelo Prof. Fernando José de Almeida, que é docente do Curso e
Secretário de Educação do Município de São Paulo. A experiência proporcionada pelo
Projeto NAVE é uma síntese das histórias convergentes de todos os alunos e dos
professores e pesquisadores da PUC/SP. De um lado, a perspectiva interdisciplinar e, de
outro, o método de formação da equipe. O trabalho foi realizado num programa de Pósgraduação
em Educação-Currículo, que tem doutorandos e mestrandos de diversas áreas
do conhecimento: químicos, pedagogos, arquitetos, psicólogos, administradores,
fisioterapeutas, historiadores, comunicadores, jornalistas, biólogos, engenheiros. Além
disto, a própria PUC-SP tem em seus quadros docentes pesquisadores de inúmeras áreas
que são uma rica provocação para um fecundo debate epistemológico. Muitos dos
professores, a partir de questões aparentemente óbvias, repensaram e organizaram suas
práticas educativas. O que ficou muito claro para os pesquisadores do Projeto NAVE,
foi que o projeto de construir educação é algo que supõe trazer toda a carga das histórias
individuais, deixá-las disponível para o grupo, abrir-se aos demais, refletir
continuamente sobre o que é aprender, dominar conteúdos e técnicas, ter clara a noção
de que sociedade se quer viver, para assim poder gerar e criar ambientes inovadores
para novos aprendizes.
A área de pesquisa "formação de professores para o uso de tecnologias interativas e
cooperativas a distância" representou o momento para se congregar essa riqueza
dispersa e pouco aproveitada da universidade.
O confronto com a máquina e com os ambientes virtuais, os novos padrões de
relacionamento com alunos, desconhecidos fisicamente, quebraram quase todas as
seguranças dos professores e abalaram os referenciais.
Foram empregadas duas abordagens para organizar a prática. De um lado, a perspectiva
interdisciplinar e, de outro, o método de formação da equipe.
Algumas questões que nortearam a pesquisa foram:
· O que é conhecer?
· É possível a comunicação a distância?
· Qual o papel dos instrumentos da cultura na comunicação entre os professores e
alunos?
· Há mesmo aprendizagem sem a presença física daquele que ensina?
O método com que se construiu este projeto permitiu que a relação teoria e prática fosse
vivenciada na colocação contínua de questões aliadas à busca de suas soluções. Além
http://www.nead.ufpr.br
______________________________________________________________________
disso, a perspectiva da interdisciplinaridade foi experimentada na posição de questões
de fundo que exigiram o debruçar-se de todas as áreas do conhecimento envolvidas,
para que se caminhasse na solução dos problemas.
Além destas, outras experiências em EAD que constituíram marcos de referência em
nível nacional, cabe evidenciar: Universidade Nacional de Brasília, Universidade
Federal de Santa Catarina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Universidade Castelo Branco, Escola
Nacional de Saúde Pública Osvaldo Cruz (FIOCRUZ) Manguinhos Rio de Janeiro,
Universidade Anhembi - Marumbi, Universidade Estadual de Campinas, entre outras.
São inúmeras as experiências em Educação à Distância, que no momento estão sendo
realizadas e organizadas em nível nacional nesse novo milênio tanto nas instituições
públicas de nível superior como nas organizações privadas.
O Centro de Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília (CDT) e o
Centro de Tecnologia de Software (Tecsoft), decidiram juntar esforços com a Fundação
Certi (Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras), de Florianópolis, para criar o
Nação.br.
O projeto foi lançado no último dia 09/10 em Brasília e visa promover o
desenvolvimento de soluções inovadoras para governo e realizar a inclusão digital
através da cooperação entre os setores empresarial, acadêmico, organizações
governamentais e do terceiro setor.
A intenção é de que o projeto possa divulgar iniciativas que deram certo e inovações
que necessitam ser discutidas e testadas, num ambiente diferenciado, otimizando
processos e recursos humanos, financeiros e de infra-estrutura tecnológica.
A ação é estratégica. Para reduzir o quadro obscuro da educação, o Brasil hoje tem
necessidade de formar, até 2007, um total de 1,1 milhão de professores hoje em
exercício nas séries iniciais (1ª a 4ª), nas 5ª a 8ª séries e no ensino médio. A necessidade
de novas vagas nas universidades é evidente e milhares delas podem ser criadas com a
utilização de metodologias de ensino a distância.
As novas tecnologias da informação, incorporadas à educação a distância, promoveram
significativas mudanças nos paradigmas educacionais, em função das possibilidades
interativas desses instrumentos. Pela sua natureza, os instrumentos das novas
tecnologias favorecem o desenvolvimento de metodologias educacionais que propiciam
a busca incessante do auto-aprimoramento, no sentido de educação continuada.
Essa é uma das mais importantes responsabilidades da educação hoje conhecer as
experiências sobre a formação de professores a distância também em ambientes virtuais
e colaborativos a fim de inserir estes novos valores no processo de aprendizagem dos
alunos e criar uma cultura de qualidade.
Esperamos que essas experiências possibilitem reflexões sobre as novas formas de
pensar a formação de educadores pesquisadores em EAD.
http://www.nead.ufpr.br
______________________________________________________________________
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Fernando (Org.). Educação a distância: formação em ambientes virtuais e
colaborativos de aprendizagem - Projeto Nave. São Paulo: [s.n.]. 2001.
ALONSO, Kátia Morosov. Licenciatura a distância e um programa institucional de
formação de professores em exercício. In: PRETI, Oreste (Org.). Educação a
distância: construindo significados. Cuiabá: NED/IE - UFMT, 2000.
BELLONI, Maria Luiza. Educação a distancia. Campinas: Autores Associados, 1999.
CADOZ, Claude. Realidade virtual. São Paulo: Ática, 1997.
Levy, Pierre. As tecnologias da inteligência. São Paulo: Editora 34, 1993.
______. O que é virtual. São Paulo : Editora 34, 1997.
LITWIN, Edith. Educação a distância: temas para o debate de uma nova agenda
educativa. Porto Alegre: Artmed, 2001.
MAÇADA, Debora ; TIJIBOY, Ana. Aprendizagem cooperativa em ambientes
telemáticos. 1998.
MAIA, Carmen. Guia brasileiro de educação a distância. São Paulo: Esfera, 2001.
MARTINS, Onilza Borges. A educação superior a distância e a democratização do
saber. Petrópolis: Vozes, 1991.
______. ; POLAK, Ymiracy N. de Souza (Orgs.). Fundamentos e políticas de
educação e seus reflexos na educação a distância. In: _____. Multimídia, organização
do trabalho docente e política de formação de professores. Curitiba: UFPR, 2001.
NEDER, Maria Lúcia Cavalli. Licenciatura em educação básica a distância: projeto
expansão NEAD/UFMT. In: PRETI, Oreste (Org.). Educação a distância: construindo
significados. Cuiabá: NED/IE - UFMT, 2000.
_____. ; LESSNAU, Remy. Curso de capacitação de tutores em educação a
distância. Curitiba: UFPR/NEAD, 1999.
POSSARI, L. V. ; NEDER, M. L. C. Linguagem - ensino: o entorno e o percurso.
Cuiabá: NEAD, UFMT, 1996.
PRETI, Oreste (Org.). educação a distância; construindo significados. São Paulo:
Plano, 2000.
SAYAD, Alexandre. Cidade do conhecimento. Educação, v. 28, n. 242, jun. 2001.
http://www.nead.ufpr.br
______________________________________________________________________

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Cursos Superiores à EaD de Graduação, sequenciados e/ou pós-graduação aprovados pelo MEC

Região Sudeste

- Centro Universiário Claretiano
- Centro Universitário do Sul de Minas-UNIS
- Centro Universitário Hermínio Ometto de Araras
- Centro Universitário Newton Paiva
- Centro Universitário Nove de Julho
- Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas - EBAPE
- Faculdade de Economia e Finanças - IBMEC
- Faculdade de Estudos Administrativos de Minas Gerais
- Faculdade de Tecnologia de Rio Claro
- Faculdade do Noroeste de Minas - FINOM
- Instituto de Ensino Superior COC
- Instituto A Vez do Mestre
- Universidade Braz Cubras
- Universidade Castelo Branco
- Universidade Cidade de São Paulo

terça-feira, 18 de maio de 2010

História da EaDistância

História

A educação a distância (EaD), em sua forma empírica, é conhecida desde o século XIX. Entretanto, somente nas últimas décadas passou a fazer parte das atenções pedagógicas. Ela surgiu da necessidade do preparo profissional e cultural de milhões de pessoas que, por vários motivos, não podiam freqüentar um estabelecimento de ensino presencial, e evoluiu com as tecnologias disponíveis em cada momento histórico, as quais influenciam o ambiente educativo e a sociedade.


Na Antiguidade

Inicialmente na Grécia antiga, e depois em Roma, existiam redes de comunicação que permitiam o desenvolvimento significativo da correspondência e, por conseqüência, a troca de informações.

Hoje temos a educação presencial, semi-presencial (parte presencial/parte virtual ou a distância) e educação a distância (ou virtual). A presencial é a dos cursos regulares, em qualquer nível, onde professores e alunos se encontram sempre num local físico, chamado sala de aula. É o ensino convencional. A semi-presencial acontece em parte na sala de aula e outra parte a distância, através de tecnologias. A educação a distância pode ter ou não momentos presenciais, mas acontece fundamentalmente com professores e alunos separados fisicamente no espaço e ou no tempo, mas podendo estar juntos através de tecnologias de comunicação.


Os séculos XVII e XVIII

Com a Revolução Científica iniciada no século XVII, as cartas comunicando informações científicas inauguraram uma nova era na arte de ensinar. Segundo Lobo Neto (1995), um primeiro marco da educação a distância foi o anúncio publicado na Gazeta de Boston, no dia 20 de março de 1728, pelo professor de taquigrafia Cauleb Phillips: "Toda pessoa da região, desejosa de aprender esta arte, pode receber em sua casa várias lições semanalmente e ser perfeitamente instruída, como as pessoas que vivem em Boston".


O século XIX

Em 1833, um anúncio publicado na Suécia já se referia ao ensino por correspondência, e na Inglaterra, em 1840, Isaac Pitman sintetizou os princípios da taquigrafia em cartões postais que trocava com seus alunos. No entanto, o desenvolvimento de uma ação institucionalizada de educação a distância teve início a partir da metade do século XIX.

Em 1856, em Berlim, Charles Toussaint e Gustav Langenscheidt fundaram a primeira escola por correspondência destinada ao ensino de línguas. Posteriormente, em 1873, em Boston, Anna Eliot Ticknor criou a Society to Encourage Study at Home. Em 1891, Thomas J. Fosteriniciou em Scarnton (Pensilvânia) o International Correspondence Institute, com um curso sobre medidas de segurança no trabalho demineração.

Em 1891, a administração da Universidade de Wisconsin aceitou a proposta de seus professores para organizar cursos por correspondêncianos serviços de extensão universitária. Um ano depois, o reitor da Universidade de Chicago, William R. Harper, que já havia experimentado a utilização da correspondência na formação de docentes para as escolas dominicais, criou uma Divisão de Ensino por Correspondência noDepartamento de Extensão daquela Universidade.

Por volta de 1895, em Oxford, Joseph W. Knipe, após experiência bem-sucedida preparando por correspondência duas turmas de estudantes, a primeira com seis e a segunda com trinta alunos, para o Certificated Teacher’s Examination, iniciou os cursos de Wolsey Hall utilizando o mesmo método de ensino. Já em 1898, em Malmö, na Suécia, Hans Hermod, diretor de uma escola que ministrava cursos de línguas e cursos comerciais, ofereceu o primeiro curso por correspondência, dando início ao famoso Instituto Hermod.


História Moderna

No final da Primeira Guerra Mundial, surgiram novas iniciativas de ensino a distância em virtude de um considerável aumento da demanda social por educação, confirmando, de certo modo, as palavras de William Harper, escritas em 1886 "Chegará o dia em que o volume da instrução recebida por correspondência será maior do que o transmitido nas aulas de nossas academias e escolas; em que o número dos estudantes por correspondência ultrapassará o dos presenciais."

O aperfeiçoamento dos serviços de correio, a agilização dos meios de transporte e, sobretudo, o desenvolvimento tecnológico aplicado ao campo da comunicação e da informação influíram decisivamente nos destinos da educação a distância. Em 1922, a antiga União Soviéticaorganizou um sistema de ensino por correspondência que em dois anos passou a atender 350 mil usuários. A França criou em 1939 um serviço de ensino por via postal para a clientela de estudantes deslocados pelo êxodo.

A partir daí, começou a utilização de um novo meio de comunicação, o rádio, que penetrou também no ensino formal. O rádio alcançou muito sucesso em experiências nacionais e internacionais, tendo sido bastante explorado na América Latina nos programas de educação a distância do Brasil, Colômbia, México, Venezuela, entre outros.

Após as décadas de 1960 e 1970, a educação a distância, embora mantendo os materiais escritos como base, passou a incorporar articulada e integradamente o áudio e o videocassete, as transmissões de rádio e televisão, o videotexto, o computador e, mais recentemente, a tecnologia de multimeios, que combina textos, sons, imagens, assim como mecanismos de geração de caminhos alternativos de aprendizagem (hipertextos, diferentes linguagens) e instrumentos para fixação de aprendizagem com feedback imediato (programas tutoriaisinformatizados) etc..

Atualmente, o ensino não presencial mobiliza os meios pedagógicos de quase todo o mundo, tanto em nações industrializadas quanto empaíses em desenvolvimento. Novos e mais complexos cursos são desenvolvidos, tanto no âmbito dos sistemas de ensino formal quanto nas áreas de treinamento profissional.

A educação a distância foi utilizada inicialmente como recurso para superação de deficiências educacionais, para a qualificação profissional e aperfeiçoamento ou atualização de conhecimentos. Hoje, cada vez mais foi também usada em programas que complementam outras formas tradicionais, face a face, de interação, e é vista por muitos como uma modalidade de ensino alternativo que pode complementar parte do sistema regular de ensino presencial. Por exemplo, a Universidade Aberta oferece comercialmente somente cursos a distância, sejam cursos regulares ou profissionalizantes. A Virtual University oferece cursos gratuitos.


Gerações

O desenvolvimento da EaD pode ser descrito basicamente em três gerações, conforme os avanços e recursos tecnológicos e de comunicação de cada época.

  • Primeira geração: Ensino por correspondência, caracterizada pelo material impresso iniciado no século XIX. Nesta modalidade, por exemplo, o pioneiro no Brasil é o Instituto Monitor, que, em 1939, ofereceu o primeiro curso por correspondência, de Radiotécnico. Em seguida, temos o Instituto Universal Brasileiro atuando há mais de dezenas de anos nesta modalidade educativa, no país…
  • Segunda geração: Teleducação/Telecursos, com o recurso aos programas radiofônicos e televisivos, aulas expositivas, fitas de vídeo e material impresso. A comunicação síncrona predominou neste período. Nesta fase, por exemplo, destacaram-se a Telescola, em Portugal, e o Projeto Minerva, no Brasil;
  • Terceira geração: Ambientes interativos, com a eliminação do tempo fixo para o acesso à educação, a comunicação é assíncrona em tempos diferentes e as informações são armazernadas e acessadas em tempos diferentes sem perder a interatividade. As inovações daWorld Wide Web possibilitaram avanços na educação a distância nesta geração do século XXI. Hoje os meios disponíveis são:teleconferência, chat, fóruns de discussão, correio eletrônico, blogues, espaços wiki, plataformas de ambientes virtuais que possibilitam interação multidirecional entre alunos e tutores.

Educação a distância

Educação a distância (EaD, também chamada de teleducação), por vezes designada erradamente por ensino à distância,é a modalidade de ensino que permite que o aprendiz não esteja fisicamente presente em um ambiente formal de ensino-aprendizagem, assim como, permite também que faça seu auto estudo em tempo distinto. Diz respeito também à separação temporal ou espacial entre o professor e o aprendiz.

A interligação (conexão) entre professor e aluno se dá por meio de tecnologias, principalmente as telemáticas, como a Internet, em especial as hipermídias, mas também podem ser utilizados o correio, o rádio, a televisão, o vídeo, o CD-ROM, o telefone, o fax, o celular, o iPod, o notebook, entre outras tecnologias semelhantes.

Na expressão ensino a distância a ênfase é dada ao papel do professor (como alguém que ensina a distância). O termo educação é preferido por ser mais abrangente, embora nenhuma das expressões, segundo o professor, seja plenamente completa.